A Transfiguração é uma das obras mais fantásticas do artista renascentista Rafael Sanzio. Foi realizada entre 1516 e 1520. O Cardeal Júlio de’Medici (futuro Papa Clemente VII) encomendou a obra para ser colocada na catedral de S.Giusto di Narbonne, cidade onde ele tinha virado bispo. A Transfiguração não foi enviada para a França, pois depois da morte do Rafael em 1520 o cardeal resolveu ficar com a tela. Ele doou para a igreja de San Pietro in Montorio, onde foi colocada no altar-mor. Em 1797, depois do Tratado de Tolentino, a obra foi levada para Paris. Voltou para o Vaticano depois da queda de Napoleão em 1816.
A pintura representa dois episódios bem definidos: a transfiguração na parte de cima, com Cristo em glória entre os profetas Moisés e Elias. Existe muita luz e harmonia nessa parte da obra, muito diferente do que acontece na parte de baixo que representa o encontro dos apóstolos com o menino possuído que será milagrosamente curado por Cristo. Na parte inferior da pintura vemos muita movimentação e contrastes de claro e escuro, criando muito drama na cena. Essa obra foi a última pintura de Rafael e representa o testamento espiritual do artista. Giorgio Vasari escreveu que essa pintura era “a mais célebre, a mais bela e a mais divina”.